NOTÍCIAS GERAIS


Tarifa de ônibus:serviços podem parar caso não haja reajuste


Empresários do ramos querem aumento de 20%.

compartilhetwitter Facebook Live Google Bookmarks Del.icio.us 

Tarifa de ônibus:serviços podem parar caso não haja reajuste
Sindicato quer aumento de 20% na passagem de ônibus
Santarém - O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Santarém e Belterra (Setrans) está ameaçando paralisar boa parte da frota de ônibus de Santarém até o final do ano, caso não haja reajuste na tarifa.

O sindicato quer um aumento de 20% no preço da passagem inteira e descongelar a tarifa cobrada aos estudantes.

Com o possível reajuste, a passagem inteira passaria dos atuais R$ 1,90 para R$ 2,10. A passagem dos estudantes, que custa R$ 0,65 mediante apresentação da carteirinha, está congelada desde de 2005, e pode ser alterada, caso o Setrans consiga o reajuste.

O sindicato alega que o congelamento da tarifa cobrada aos estudantes acarretou em grande prejuízo às empresas, ao longo desses sete anos. Outro motivo que leva o Setrans a reivindicar aumento é que houve reajuste para os equipamentos e peças dos veículos e também dos custos da manutenção. De acordo com o presidente do sindicato das empresas de ônibus, esse aumento de gastos foi de 30% em dois anos.

“A tarifa é determinada pelo poder público municipal. A gente está assumindo esse ônus, mas chegou a uma situação insustentável”, afirmou o presidente do Setrans, Washington do Vale. “Houve aumento na carne, na farinha, no leite, também houve três aumentos no óleo diesel, houve aumento no pneu, tarifa de água, luz e telefone, que são nossos insumos, e nós não temos como trabalhar sem esse reajuste”, completou o presidente do Setrans.

Já os estudantes não gostaram nada da ideia e querem que as tarifas inteira e de estudante permaneçam como estão. “A questão do transporte, da mobilidade, faz parte de um campo amplo, de uma compreensão sobre a educação. Os estudantes tem que ter acesso a espaços culturais, ao campus da universidade, então perpassa por todo um planejamento”, afirma o coordenador geral da União dos Estudantes de Santarém, Felipe Bandeira.

A frota atual de Santarém é de 130 ônibus. Para tentar chegar a um acordo, foi marcada uma assembleia para a próxima terça-feira (13), na Câmara Municipal, com os vereadores, representantes das empresas, estudantes e sociedade civil.

Redação Notapajos com informações de Rômulo D’Castro



MEC divulga o gabarito oficial do Enem 2012; confira


Este ano, participaram do exame 4,175 milhões de candidatos nos 15.076 locais de provas em 1.615 municípios do país.

compartilhetwitter Facebook Live Google Bookmarks Del.icio.us 

MEC divulga o gabarito oficial do Enem 2012; confira
Foto: Ilustração
Brasil - O gabarito oficial do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012 está disponível no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). As provas foram realizadas no último final de semana, dias 3 e 4 de novembro. O resultado final do exame será divulgado no dia 28 de dezembro.

A novidade desta edição do Enem é o acesso dos alunos às redações corrigidas para fins pedagógicos a partir de 15 de fevereiro de 2013, também no site do Inep, entretanto os candidatos não poderão usar o acesso como base para recursos na comissão organizadora da prova. Este ano, participaram do exame 4,175 milhões de candidatos nos 15.076 locais de provas em 1.615 municípios do país.


As notas dos candidatos do Enem serão utilizadas como critério de seleção do Sistema de Seleção Unificado (Sisu) por universidades públicas para ingresso de novos alunos. Atualmente, 95 instituições de ensino superior no país aceitam a nota como critério para o ingresso de alunos.

O Ministério da Educação (MEC) divulgou ontem (6) mudanças nas regras do sistema. Foram regulamentadas regras para que o Sisu se adeque à Lei de Cotas, que estabelece a reserva de 12,5% das vagas oferecidas em 2013 para estudantes que fizeram todo o ensino médio em escolas públicas. Dentre estes grupos, ainda há o critério conforme a declaração do candidato quanto à sua cor da pele e aos alunos de famílias de baixa renda (menos de 1,5 salário mínimo).

Confira o gabarito aqui

Fonte: Agência Brasil

Reeleito presidente dos EUA, Obama diz que 'o melhor está por vir'

Em discurso para multidão em Chicago e acompanhado da família, líder americano agradece voto de confiança dos eleitores

Leda Balbino - enviada a Chicago  - Atualizada às 
Reeleito presidente dos Estados Unidos em uma acirrada votação, o democrata Barack Obamaagradeceu o voto de confiança dos eleitores, fez um apelo por união e garantiu, diante de uma multidão de partidários em Chicago, que o país está no caminho certo apesar das dificuldades dos últimos quatro anos. "O melhor está por vir", afirmou, arrancando aplausos da plateia. "Volto para a Casa Branca mais animado e mais determinado para enfrentar os problemas que estarão diante de nós."
Segundo o presidente, grande parte da vitória se deve "à melhor equipe de campanha e de voluntários da história do país". "Vocês me carregaram por todo o caminho", disse Obama, que também agradeceu "aos que votaram pela primeira vez ou esperaram muito tempo na fila" de votação.


AP
O presidente reeleito dos EUA, Barack Obama, celebra vitória com a família em Chicago

Durante o discurso, Obama pediu união para que o país possa seguir em direção ao futuro e resolver problemas como o déficit, a dívida e a reforma da imigração. Segundo o líder americano, discussões e divergências fazem parte do processo democrático, mas é importante que os EUA estejam unidos para atingir objetivos comuns.
"Queremos um país em que nossas crianças tenham acesso à educação de qualidade. Queremos um país que não esteja ameaçado pelas mudanças climáticas. Queremos um país seguro. Um país que seja respeitado no mundo todo. Que tenha o melhor Exército e os melhores soldados. Um país que que lute pela liberdade. Um país que esteja aberto para receber imigrantes que buscam uma vida nova", afirmou.
"Nos próximos dias, vou sentar com os líderes dos partidos republicano e democrata para trabalhar nesses problemas. Temos muito trabalho a fazer", completou. "O trabalho de vocês (eleitores) também não termina com o fim da votação. Nossa nação não se define por aquilo que o governo faz pelas pessoas, mas sim por aquilo que as pessoas fazem por ela."
Direto de Chicago:
Obama elogiou a participação na campanha de seu rival republicano nas eleições, Mitt Romney , e o papel de Joe Biden, que definiu como o melhor vice-presidente que alguém poderia querer. A primeira-dama, Michelle, recebeu rasgados elogios do marido. "Nunca te amei tanto. E nunca tive tanto orgulho de ver a América inteira se apaixonar por você também", disse. 
O "sonho americano" encerrou o discurso do presidente. "Não importa se você é negro, branco, hispânico, asiático, gay ou heterossexual...todos podem ter uma chance de crescer aqui neste país", afirmou. "Continuamos sendo mais do que uma coleção de Estados vermelhos e azuis. Somos e para sempre seremos os Estados Unidos da América. Quero lembrar a todos que vivemos na maior nação do mundo."
O presidente americano discursou após Romney reconhecer a derrota em um pronunciamento para partidários em Boston.
Antes de subir ao palco do centro de convenções McCornick, Obama foi precedido por projeções de imagens dele, de sua família e de Joe Biden. A cada foto, a multidão estimada em 10 mil pessoas gritava de alegria.
O presidente Barack Obama comemora reeleição com a família em Chicago. Foto: Reuters
1/10
Foi assim durante toda a noite, a cada Estado confirmado como vitória do líder americano e, principalmente, no momento em que sua reeleição foi projetada por emissoras de TV. No centro de imprensa, mesmo jornalistas não se fizeram de rogados e mostraram com sorrisos e gestos de vibração que preferiam Obama a seu rival.
Com uma campanha com tema de “Forward” (Adiante), Obama venceu defendendo ao eleitor que merecia mais quatro anos na Casa Branca para terminar o trabalho iniciado em 2009, após conquistar seu primeiro mandato nas eleições de 2008 com uma campanha que mobilizou os EUA e o mundo com o lema de esperança e mudança.
Mais do que disputar os 230 milhões de americanos aptos a votar, os dois candidatos travaram na terça-feira uma batalha acirrada por nove swing states (Estados pêndulo), que eram cruciais pelo fato de as pesquisas de intenção de voto indicarem que não tinham um resultado definido.
Indireta, a eleição americana não é decidida pela votação popular nacional, mas por disputas Estado a Estado e seus respectivos votos no Colégio Eleitoral .
O líder americano conseguiu ser reeleito apesar de a economia do país ter enfrentado, depois de 2008, sua pior recessão desde a Grande Depressão dos anos 30. Essa é a primeira vez desde Franklin Roosevelt (1933-1945) que um presidente conseguiu ser reeleito com uma taxa de desemprego tão alta quanto a de agora: 7,9% em outubro.
Obama pôs fim à guerra do Iraque , diminuiu o envolvimento americano no Afeganistão e liderou a operação que matou o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, em maio de 2011, mas terá de continuar lidando com as crises no Oriente Médio relacionadas à Primavera Árabe e ao conflito israelo-palestino.
Projeções indicam que o líder americano continuará tendo de enfrentar em seu segundo mandato, que começa em 20 de janeiro, um Congresso totalmente polarizado. De acordo com a CNN, os republicanos mantiveram a maioria na Câmara de Representantes, enquanto os democratas asseguraram o Senado por uma margem apertada.




Homem mata esposa com tiro no rosto

Na Delegacia, Jorge Ricartes disse que arma disparou acidentalmente


Jorge Ricartes disse que arma disparou acidentalmente…
Jorge dos Santos Ricartes matou com um tiro no rosto sua esposa Ângela Azevedo Ricartes, no início da noite deste domingo, dia 04. Segundo informações, Jorge Ricartes estava em sua residência localizada na Travessa Arapiuns, ao lado do campo do América, no bairro de Aparecida, quando aconteceu o crime. Ângela Ricartes foi atingida com um tiro de revólver calibre 38, em seu rosto e morreu na hora.
O delegado Jardel Guimarães, que está à frente do caso, informou à nossa reportagem, que a Polícia trabalha na hipótese de crime passional. Em depoimento na Delegacia, Jorge Ricartes falou que estava limpando a arma, quando alguém passou perto e esbarrou nela, vindo a disparar o tiro e acertando sua esposa. Porém, a Polícia acha muito difícil a arma ter disparado, mas somente após o laudo pericial é que se saberá o motivo do crime.

Ângela Ricartes morreu com um tiro no rosto
Ângela Ricartes era técnica em enfermagem e trabalhava em um laboratório no centro da cidade. Jorge Ricartes é chefe de almoxarifado de uma empresa na comunidade de Pacoval
Segundo o delegado Jardel Guimarães, Jorge dos Santos Ricartes foi autuado e transferido ainda no domingo para a Penitenciária de Curucunã. O crime aconteceu por volta das 18:30 horas e chocou quem conhecia a vítima. Uma grande multidão se juntou na residência onde aconteceu o crime.
Fonte: RG 15\O Impacto




I Jornada Acadêmica marca aniversário de 3 anos da UFOPA

Evento acontece de 05 a 09 de novembro, no Campus da UFOPA




A Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) comemora 3 anos de existência no dia 5 de novembro de 2012. Para celebrar a data, a primeira universidade pública com sede no interior da Amazônia realiza sua I Jornada Acadêmica. O evento acontece de 5 a 9 de novembro nos três campi da instituição, em Santarém/PA, trazendo uma vasta programação aberta a toda a sociedade com palestras, mesas-redondas, apresentações culturais, exposição de trabalhos, oficinas, sessões de planetário e outras atividades.
Com o tema “Integrando ensino, pesquisa e extensão”, a I Jornada Acadêmica busca congregar as três funções da universidade em um só encontro, apresentando ao público os avanços conquistados para a região ao longo dos últimos 3 anos.
“Como reitor, fico muito feliz e compensado em acompanhar, em menos de três anos de existência da UFOPA, essa congregação e esse fortalecimento da comunidade acadêmica e de toda a sociedade em torno das conquistas da nossa nova e inovadora universidade, que, em si mesma, já é uma conquista para a região e para a população. A I Jornada Acadêmica externa esse entusiasmo pela nova instituição, ao mesmo tempo em que mostra e reflete sobre a sua produção acadêmica e científica e projeta a perspectiva de novos avanços, mostrando, na prática, a unidade institucional e a real indissociabilidade entre ensino, pesquisa, extensão e inovação, compartilhando experiências em todos esses níveis, principalmente entre alunos, professores, formuladores pedagógicos e dirigentes. Estão todos de parabéns, principalmente os organizadores e participantes desse tão significativo e expressivo evento”, afirmou o reitor, Prof. Dr. José Seixas Lourenço.
Noite de abertura
A cerimônia de abertura da I Jornada Acadêmica tem início às 18h do dia 5/11, no Auditório do Campus Tapajós, com a presença do reitor da universidade e dos pró-reitores de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação Tecnológica, Prof. Marcos Ximenes, e de Ensino de Graduação, Prof. José Aquino Oliveira. Logo após a cerimônia, o Prof. Horácio Schneider, vice-reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), profere a palestra de abertura, com o tema “A importância da formação de pesquisadores na Amazônia”. A noite encerra com a apresentação da Orquestra Jovem Maestro Wilson Fonseca.
Seminários
Paralelamente à programação da Jornada, a UFOPA também realizará o II Seminário de Iniciação Científica, o I Seminário de Iniciação à Docência e o II Seminário de Pós-graduação. Nesses seminários, os bolsistas de iniciação científica e de iniciação à docência, além dos alunos da pós-graduação da Universidade, apresentarão resultados de pesquisas e também de reflexões sobre a prática da docência. Ao todo, 304 trabalhos foram inscritos. Eles serão apresentados ao logo da programação e, por meio deles, será possível observar os resultados do tripé de atuação da universidade.
Confira a Programação:
5/11 (Segunda-feira):
Local: Auditório do Campus Tapajós
17h – Cerimônia de Abertura
18h30 – Palestra “ A importância da formação de pesquisadores na Amazônia” – Prof. Horácio Schneider (vice-reitor da UFPA)
8/11 (Quinta-feira):
Local: Auditório do Campus Tapajós
8h15 – Palestra Magna: “A interface entre a pesquisa científica e a educação na Amazônia” – Prof. Dr. William E. Magnusson (INPA)
Local: Campus Rondon
19h – Conferência “Aprendendo com a escola” (Profa. Dra. Jaqueline Moll/UFRGS/SEB/MEC)
9/11 (Sexta-feira):
Local: Campus Rondon
14h – Mesa-redonda “A formação inicial do professor: o currículo das licenciaturas” (Prof. Licurgo Brito/UFPA; Prof. Dr. Joacir Stolarz de Oliveira/UFOPA; Prof. Dr. Anselmo Colares/UFOPA).
Local: Auditório do Campus Tapajós
9h – Palestra “As inovações acadêmicas mais recentes no Brasil e no mundo” (Prof. Naomar Monteiro de Almeida Filho – ex-reitor da UFBA)
17h – Palestra “O programa nacional para competitividade do SENAI e a ligação com as IFES” (Prof. Rolando Vargas Vallejos – SENAI/Diretoria Nacional)
18h45 – Pronunciamentos: Reitor José Seixas Lourenço; Prof. José Oliveira Aquino (PROEN); Prof. Marcos Ximenes (PROPPIT)
Veja a programação completa na página eletrônica do evento: www.ufopa.edu.br/jornada.
Fonte: Ascom/UFOPA

Cristina Serra: “A credibilidade é o maior patrimônio de um jornalista”

Jornalista da Rede Globo participará do II Seminário de Jornalismo e Mídia Training do Oeste do Pará, em Santarém, nos dias 23 e 24 deste mês


Imagem Globo News
No II Seminário de Jornalismo e de Mídia Training do Oeste do Pará você vai falar sobre Ética e Jornalismo – Fronteiras da Cidadania. Como aplicar a ética jornalística no noticiário político tão adverso de Brasília?
Cristina Serra: Antes de qualquer coisa, a ética está dentro de cada um de nós, como pessoas e profissionais. Se você me perguntar sobre o código de ética jornalística, nem saberia te dizer o que consta em todos os artigos. É claro que já o li e o estudei na faculdade, mas digo que não preciso tê-lo de memória porque a ética – que procuro aplicar em tudo na vida e não apenas no trabalho – se baseia em princípios simples: procurar a verdade, sempre; ouvir todos os lados envolvidos, dar voz a todos; ter uma relação transparente com as fontes e com os entrevistados; acima de tudo ter compromisso com o público. A credibilidade é o maior patrimônio de um jornalista e só é possível conquistá-la agindo de forma ética. Isso vale para qualquer lugar ou setor que você cubra. Em Brasília, a dificuldade a mais talvez seja separar, claramente, o joio do trigo; saber – em cada reportagem – quais os interesses em jogo, distingui-los e publicar aquilo que, de fato, é relevante para o público. Sempre que vou fazer uma reportagem, a primeira pergunta que me faço é: qual o interesse do cidadão neste assunto? Tudo o mais vai decorrer dessa resposta.
Nos últimos anos muito se discutiu sobre a obrigatoriedade ou não do diploma de jornalista para exercer a profissão. Qual a sua opinião sobre esse assunto?
Cristina Serra: Acho que todo profissional de jornalismo deve ter um diploma universitário, que pode ser de jornalismo ou outra profissão. Mas tem que ter nível superior. A exigência do diploma foi uma grande conquista, que não pode ser perdida. Qualificou e profissionalizou o exercício do jornalismo, conscientizou as redações. Mas, acho que a contribuição de outros profissionais enriqueceria as redações. Quanto mais plural, mais rico o Jornalismo. Ainda mais hoje em dia, com a tecnologia da informação tão acessível a tanta gente, não vejo muito sentido em restringir. Acho que o caminho é ampliar, mas com organização e regras. Um caminho para os profissionais de outras áreas que quisessem atuar sistematicamente como jornalistas seria, talvez, fazer uma especialização de um ou dois anos para se preparar para as particularidades da profissão e obter o registro.
Como você avalia  a formação do jovem jornalista atualmente? A Universidade/Faculdade tem cumprido o papel na formação dos novos profissionais?
Cristina Serra: Estou distante das universidades. Posso falar apenas pelos estagiários que passam pela TV Globo e por um ou outro contato que faço com estudantes por meio de palestras. Me parece que os estudantes, hoje, estão mais preparados, não sei se porque as faculdades melhoraram ou porque, hoje, eles recebem uma avalanche de informações e porque fazem parte de uma geração super conectada, o que não acontecia na minha época, 30 anos atrás (risos). Outro exemplo interessante são os jovens jornalistas que trabalham no Profissão Repórter, do Caco Barcellos, alguns excelentes! Estamos falando, no entanto, de estudantes de grandes centros e universidades que já tem tradição no ensino de jornalismo. Certamente, deve haver um desnível muito grande entre os cursos Brasil afora.
Você é especializada em política, trabalha com esta editoria desde a década de 1980 e há alguns anos sua sede é Brasília. Como é cobrir a política no Centro Político do país? Quais os episódios/coberturas políticas mais marcantes nesses anos?
Cristina Serra: Realmente, eu adoro política. Desde a faculdade, me interessei e direcionei meu trabalho pra isso. Trabalhei um período no Rio de Janeiro, já cobrindo política local, e vim pra Brasília porque queria me aprofundar no assunto. Cobrir política é como ser testemunha da História o tempo todo, é um privilégio e uma grande responsabilidade. É como andar em campo minado porque sempre há muitos interesses em jogo e é preciso distingui-los para não ser instrumento de nenhum setor, de nenhum lobby, de nenhum partido. É um desafio. Quanto mais trabalho, mais aprendo. Aliás, essa é uma das grandes belezas do jornalismo: ter a humildade de aprender todo dia uma coisa nova. Em política, então, isso é ainda mais verdadeiro. Cada novo grupo que chega ao poder, você começa tudo de novo. Mudam as fontes, a forma de agirem, os códigos do poder, entende? E a gente tem que aprender tudo de novo. Coberturas marcantes? Sempre acho que será a próxima. Gosto de olhar pra frente. Mas, pra não deixar você sem resposta, uma que me marcou muito – talvez porque ainda era uma menina e porque foi o começo de uma grande transformação no Brasil – foi a cobertura das manifestações populares pelas eleições diretas, em 84/85, no Rio. Eu era estagiária do jornal Tribuna da Imprensa e fui destacada para isso. Escrevia matérias de página inteira, uma delícia, eu, saindo da fralda, e escrevendo sobre Tancredo, Ulysses, Brizola, Covas, Lula etc. (risos). O famoso comício da Candelária é inesquecível. Outra cobertura importante pra mim foi a campanha a presidente do Brizola, em 89. Viajei por vários lugares do Brasil cobrindo a campanha dele. Brizola é um grande personagem e era muito divertido também. Nesse caso, eu já estava no Jornal do Brasil. Como ele não foi para o segundo turno, passei a reforçar a equipe de cobertura do Collor e – modéstia a parte – fiz uma das matérias mais importantes daquela cobertura. Escrevi a primeira matéria revelando o personagem PC Farias, tesoureiro da campanha e, naquela altura, já envolvido em falcatruas e investigado pelo Banco Central. A matéria fez algum barulho, mas Collor acabou sendo eleito e depois, deu no que deu. Quando vim para Brasília, uma cobertura muito importante, já na TV, foi o período das reformas do primeiro mandato do governo FHC. Foi um momento de discussão muito rico sobre o Brasil que queríamos construir a partir dali – uma discussão, aliás, inconclusa porque foram feitas algumas reformas, mas outras ficaram pelo caminho. No governo Lula, teve a cobertura da CPI dos Bingos, que redundou no chamado escândalo do Caseiro e na demissão do ministro da Fazenda, Antônio Palocci. E agora, pra ficar num assunto bem atual, destaco a cobertura do julgamento do Mensalão, a cobertura dos sonhos de qualquer jornalista que gosta de política. Estou “pinto no lixo” (risos).
Você foi correspondente em Nova York e fez inúmeras reportagens internacionais, foi à Antártida, onde visitou a base chilena e a base brasileira de pesquisa e conversou com cientistas brasileiros; foi enviada especial pós-terremoto no Haiti. De que forma essas coberturas foram importantes pra sua carreira? Que outra cobertura internacional você destacaria?
Cristina Serra: A cobertura internacional enriquece muito o jornalista, abre os olhos e a cabeça pro mundo. Nesse sentido, os três anos que passei em Nova York foram sensacionais, é uma experiência que vou levar pra vida toda. É muito importante ver como a imprensa trabalha num país que já tem suas instituições democráticas consolidadas. Lá, a imprensa é muito respeitada e você percebe que a sociedade como um todo valoriza o trabalho do jornalista, como um elemento essencial para o funcionamento da democracia. A sociedade americana valoriza e cobra transparência das autoridades e o público vê o jornalista como esse canal entre a sociedade e o poder, as autoridades. Acho que esse foi o maior aprendizado que eu trouxe de lá. Tive outras experiências internacionais, como a cobertura das discussões, na ONU, sobre a guerra no Iraque; a reeleição do Bush, em 2004; a Antártica, o Haiti, a prisão da fraudadora Jorgina de Freitas, na Costa Rica, em 97/98, várias viagens internacionais do FHC e do Lula; fiz uma série em Cuba para o Fantástico, enfim, já fui a quase todos os continentes a trabalho. Isso é importante, um jornalista precisa botar o pé na estrada. Então, adoro as coberturas internacionais, mas meu maior interesse como jornalista, minha grande paixão é o Brasil. Temos muito que fazer aqui. O Brasil é uma nação em construção e acredito que o jornalismo tem sua contribuição a dar.
Com toda essa experiência a pergunta que não quer calar é: Vem um livro por aí? Os estudantes de jornalismo agradecem!
Cristina Serra: Tenho várias idéias para um livro. Mas, cadê tempo???? A vida de repórter absorve demais. Mal consigo me dividir entre o trabalho e a família. Um livro está no horizonte, sim, mas acho que vou ter que esperar a aposentadoria (risos).
Fonte: RG 15/O Impacto e Agência Podium

Nenhum comentário:

Postar um comentário